quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Domingo, eu, Deus, a TV e as revistas



Já faz algum tempo que alguns dos meus domingos têm sido meio parecidos. Sempre me levanto cedo, por volta das 7hs, algumas vezes meio de ressaca do dia anterior e atrasado. Mas sempre entusiasmado pelo dia que vem e que eu já sei o que me espera: Deus, a televisão e as revistas.

Desperto rapidamente, tomo um banho, como algo e vou à Igreja tocar bateria no coralzinho. Isso é algo que realmente eu gosto de fazer. Nas missas matinais do domingo eu entrego meu domingo e agradeço pela semana que passou enquanto vejo da bateria as crianças cantarem. Na Eucaristia me encontro com Deus. Ao final da missa desmonto meu instrumento percussivo enquanto as crianças fazem a oração final, neste momento especial nunca deixo de rezar por elas. Despeço-me discretamente e volto para casa.

No aconchego do lar encontro meus pais se aprontando para ir a algum lugar; pra rua visitar amigos e parentes. Tomo mais um café da manhã e vou assistir às notícias do esporte na TV, fico entusiasmado quando passa a Fórmula 1! Os meus pais vão se despedindo e a casa vazia torna-se enquanto aguardo o horário do almoço. Geralmente meu pai deixa alguma coisa pronta pra eu comer, mas quando não, pensa no miojo que eu faço. O melhor da região! Algumas vezes ligo para casa de algum “tio” da Igreja ou para amigos e vou almoçar na casa de alguém, mas é meio difícil.

Após o almoço deito no sofá, pego uma revista que chega semanalmente para mim e vou lê-la. Não é raro ter mais que uma revista para ler, pois por não tenho tempo para fazê-lo integralmente e acabo segmentando minha leitura, é sempre bom manter-se informado. A leitura é um refúgio para eu manter meus pensamentos um pouco distante da minha vida corriqueira e de outras coisas que evito pensar, ao menos enquanto estou no meu sossego.

Depois ligo a TV novamente, é hora do futebol, vejo se a partida me agrada para poder assistir, ou não. Torço pelo meu time (vai lá Fogão) ou por qualquer um que esteja na TV e não seja contra o meu. Futebol é a paixão nacional, a discussão no dia seguinte tem de estar afiada. Ao apito final do jogo vou para o banho.

É hora de ir à missa novamente.
Você pode estar perguntando o porquê de ir a duas missas no domingo. Não são todos os domingos, mas vou explicar.
Pela manhã eu geralmente estou envolvido com a música, preocupado em não errar em saber quais são as músicas as quais iremos tocar; dificilmente eu vou à missa sabendo quais são, pois não posso mais ensaiar com a banda como antigamente. Lá também eu vejo outras pessoas especiais que não encontro pela manhã, vejo alguns amigos, resolvo alguma coisa das pastorais as quais participo e converso um pouco ao término da celebração. Mas acima de tudo isso, na santa missa eu encontro uma paz que não consigo encontrar em lugar algum, nem mesmo no silêncio dominical do meu lar. É maravilhosa essa sensação. Muito especial para mim.

Alguns anos atrás, quando a missa terminava, eu ficava por muito tempo em frente a paróquia conversando com amigos e chegava em casa um pouco mais tarde, os amigos foram mudando, as conversas também e o tempo não para. Hoje fico pouco tempo lá, só o necessário. Não me despeço muito dos amigos, em breve nos veremos. Saio discretamente, pensando na vida com os meus botões, no curto caminho até minha casa agora sigo sozinho. Amigos me chamam para sair e conversar, algumas vezes não dá, outras prefiro retornar sozinho e chegar em casa, permanecer com meus pais e ficar um pequeno momento do domingo com eles.

Algum dia essa rotina também vai mudar, mas estou bem assim, estou precisando disto. Ficar sozinho não significa que eu esteja solitário. A solidão não é um comportamento, mas sim um sentimento. Evito sentimentos ruins.

Novamente assisto um pouco a TV antes de dormir. É hora de ir para cama. “Meu Deus, cuide da minha semana. Obrigado por este domingo”. Boa noite.

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