terça-feira, 30 de março de 2010

A falsidade verdadeira e a verdadeira falsidade

No Raciocínio Lógico a proposição é uma frase a qual pode ser classificada como verdadeira ou falsa. As proposições podem ser simples e compostas, as simples são aquelas formadas por apenas uma ideia, as compostas são aquelas formadas por duas ou mais frases ligadas por conectivos.

Na conjunção se uma ideia for verdadeira e a outra não a valoração final será falsa e se todas as sentenças forem verdadeiras tudo será verdade. Na disjunção se uma sentença for verdadeira e a outra não toda sentença será verdadeira e só será falsa quando todas forem falsas. Quando há o conectivo de condicional só existe uma maneira de o resultado ser falso: quando o antecedente for verdade e o consequente for falso, de qualquer outra maneira será verdadeiro, até mesmo o primeiro sendo falso e o segundo verdadeiro. Na disjunção exclusiva quando os valores forem iguais o resultado é falso, somente uma proposição precisa ser verdade para o resultado ser verdadeiro. E na Bicondicional quando os valores forem iguais o resultado é verdadeiro. Ainda há a negação onde o valor lógico será o oposto da afirmação e vice-versa.

Isso pode parecer complicado e sem sentido, mas com uma boa explicação tudo se torna lógico. Para a matemática tudo há uma razão, um sentido; mas na nossa vida, como funciona?

As pessoas se julgam e julgam os outros como sendo verdadeiros e falsos. Ouvimos isso a todo o momento. Quem assiste a casa da Rede Globo, o BBB, sabe disso. Sempre há alguém se dizendo verdadeiro e dizendo que um ou outro é falso. Não viajemos tanto nas ondas trazidas a esta pátria por Assis Chateaubriand, vejamos na nossa comunidade, na nossa vizinhança, nas nossas casas. As pessoas se agridem achando que as suas atitudes são verdadeiras e corretas em quanto a outros julgam terem atitudes falsas.

Mais uma explicação: Para se obter a conclusão de um argumento a valoração de todas as premissas será considerada verdadeira, assim pode-se descobrir entre a verdade o que é falso, que no final será verdadeiro. Claro, o argumento poderá ser válido quando for bem estruturado ou inválido quando mal estruturado.

Assim considera-se a humanidade. Todas as pessoas são verdadeiras e entre a verdade pode-se descobrir o que é falso. A pessoa pode ser bem estruturada ou mal estruturada, esta dificultará para se chegar à verdade, porém, aquela será verdadeira por que o falso estará bem estruturado em seu contexto.

Não quero dizer que ninguém mente ou que todas as pessoas são boazinhas, e nem que todas as pessoas são mentirosas ou ruins. Há em todas as pessoas o desejo da verdade, mas há também o falso moralismo, pois queremos que todos os outros sejam verdadeiros e se não forem são uns eternos desgraçados, e tudo que fazem é uma completa mentira; porém se a falsidade partir de nós mesmo achamos que é uma mera coincidência do acaso, um pequeno erro já que todo mundo erra eu também posso errar, ou até mesmo achamos que é algo necessário para o bem maior. Hipocrisia!

Todas as pessoas são suscetíveis a errar e acertar, e erram, e acertam também. Todos cometem seus pecados, o justo peca sete vezes ao dia, imagine quem não é. O que diferencia cada pessoa é o saber perdoar os erros dos outros, bem sabendo que também erra e que um dia necessitará de perdão (“Pai nosso que estais no céu, perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido”). A verdade está naquele que consegue ver a verdade do outro.

É claro que não necessariamente o falso se tornará verdadeiro e nem que o verdadeiro se tornará falso, mas aprendemos aqui que, dependendo do prisma (ou conectivo), o falso pode sim se tornar verdadeiro e o verdadeiro pode se tornar falso.

Então vamos avaliar bem as nossas próprias atitudes antes de avaliarmos a dos outros. Não sejamos coniventes com as atitudes erradas dos outros, mas tenhamos compaixão das pessoas. Tudo pode ser esclarecido se quisermos resolver e entender e isso é lógico.

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