quarta-feira, 1 de junho de 2011

Semelhante cura semelhante


Ao voltar para casa esses dias em um ônibus lotado (como sempre) sentei-me nas únicas cadeiras livres; as vermelhas da frente. Não dá pra ficar muito tempo nessas cadeiras, logo cedi meu lugar à uma mulher com uma criança. Um senhor de uns 80 anos mais ou menos, que neste texto vou chamar de Moisés (ele tem uma grande semelhança com este personagem bíblico), pediu para segurar a minha pesada mochila e puchou assunto perguntando se eu era estudante, respondi que não, mesmo assim ele me disse que o açúcar é um péssimo estimulante para quem estuda. :-|

Moisés era naturalista e a favor da medicina natural. Disse que o açúcar faz com que a necessidade de dormir aumente e sobre carne disse que o ser humano não foi feito para comer isso; segundo ele, os carnívoros de verdade têm o intestino de duas a quatro vezes maior que o corpo, já a dos seres humanos chega a ser dezoito vezes maior o que atrapalha na digestão. 

A conversa com Moisés foi muito interessante apesar da brevidade, mas isso tudo que eu falei foi só um pouco do muito que aprendi em apenas 30 minutos de viagem com esta personalidade. Este senhor, com toda sabedoria e experiência de vida vista em seus cabelos e barbas brancas ficou entusiasmado quando perguntei sobre homeopatia, pois era um assunto que ele dominava muito bem. Sobre todas aquelas explicações a respeito deste assunto o que mais ele frisou e me chamou a atenção foi a respeito do princípio homeopático. ‘Semelhante Cura Semelhante’.

Não vou descrever tudo que ele disse, mas a frase é muito interessante para podermos refletir bem. Tantas vezes ficamos preocupados em criticar, julgar, menosprezar os nossos irmãos próximos e não temos carinho para olhar pelos sofrimentos, toda angústia e dor que eles podem estar a passar, na maioria das vezes nós enxergamos só as coisas ruins por pura opção. As diferenças nos fazem iguais, somos semelhantes um dos outros e se assim o somos, então por que tanta indiferença?

Vemos crianças nos semáforos e não nos importamos. Mendigos pedindo esmola e não ajudamos de forma alguma. Dizemos que não é bom dá esmola para não incentivar esse tipo de situação, mas depois não fazemos nada para reparar isso. Há tanto descaso das autoridades e instituições públicas com aqueles que necessitam e só sentindo na pele que sabemos que é hora de fazer algo, pois o bem de um é o bem de todos, porque SEMELHANTE CURA SEMELHANTE.

“Que pena” foi o que Moisés falou quando chegou a hora da sua descida e ele quase não a viu chegar. “Que pena” eu pensei quando ele desceu e nem mesmo fiquei sabendo o seu nome verdadeiro e pelo tanto que eu ainda poderia ter aprendido com aquele senhor e sua história. Que pena!

2 comentários:

Lanier Rosa disse...

Que belo texto Geovane! Muito bom mesmo!

Eliete Alves disse...

Achei, impressionante esta mensagem uma coisa simples e que nunca paramos para observar. Obrigada!BJS